quarta-feira, 10 de abril de 2013


A Formiga Má - Fábula de Monteiro Lobato
                                              A FORMIGA MÁ    Já houve, entretanto, uma formiga má que não soube compreender a cigarra e com dureza a repeliu de sua porta.
   Foi isso na Europa, em pleno inverno, quando a neve recobria o mundo com seu cruel manto de gelo.
   A cigarra, como de costume, havia cantado sem parar o estio inteiro e o inverno veio encontrá-la desprovida de tudo, sem casa onde abrigar-se nem folinha que comesse.
  Desesperada, bateu à porta da formiga e implorou - emprestado, notem! - uns miseráveis restos de comida. Pagaria com juros altos aquela comida de empréstimo, logo que o tempo o permitisse.
   Mas a formiga era uma usurária sem entranhas. Além disso, invejosa. Como não soubesse cantar, tinha ódio à cigarra por vê-la querida de todos os seres.
  - Que fazia você durante o bom tempo?
  - Eu... eu cantava!...
  - Cantava? Pois dance agora, vagabunda! - e fechou-lhe a porta no nariz.
   Resultado: a cigarra ali morreu entanguidinha; e quando voltou a primavera o mundo apresentava um aspecto mais triste. É que faltava na música do mundo o som estridente daquela cigarra, morta por causa da avereza da formiga. Mas se a usurária morresse, quem daria pela falta dela?


Bibliografia:
http://emeialbertomesquita.blogspot.com.br/2011/08/formiga-ma-fabula-de-monteiro-lobato.html
Postado por Inaíris às 03:32

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